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Confira a entrevista com Flávia Alessanda, a Érica de "Salve Jorge".


No ar na novela 'Salve Jorge', a atriz Flávia Alessandra tem certeza de que está na vida para se divertir — não importa se a torradeira pifou, há contas a pagar ou o trabalho vai se estender madrugada adentro. 
O marceneiro da atriz Flávia Alessandra já foi um homem de mais sorte. Sempre que ia à casa da intérprete de Érica, a veterinária militar da novela Salve Jorge, era recebido por ela em sumários trajes domésticos.
Até que um dia, exasperado, o marido, o ator Otaviano Costa, deu um pequeno piti. "Você está louca!
Como é que recebe o marceneiro de shortinho?", reclamou. "É o meu jeito. Eu estava em casa, não vi nenhum problema nisso", defende-se ela.
 Para evitar maiores conflitos conjugais, Flávia resolveu, então, mudar o figurino em dias de resolver assuntos de marcenaria. 
Agora, sempre que o moço toca a campainha, a decepção é inevitável: em vez de coxas douradas e torneadas à mostra, ele se depara com bermuda larga e puída.
 "É o meu uniforme. Já fica de prontidão para esses momentos", afirma ela, às gargalhadas. Quem vê assim até pensa que Flávia é instruída pelo marido a se preservar de olhares alheios a todo custo.

Você dá a impressão de ser uma mulher que lida muito bem com a própria sensualidade. É verdade?
É, sim. Fui criada de forma muito livre, em beira de praia. Andava de biquíni e topless o dia inteiro. Inclusive quando o Otaviano chegou à minha vida, ele fez essa observação: "Meu Deus, você fica o dia inteiro de biquíni! Põe um short, uma canga!" Eu passava as férias em uma aldeia pequena, estava sempre descalça. Tenho essa natureza.

Seu pai é um militar aposentado da Marinha Mercante. Então, era de se esperar que você tivesse recebido uma criação rígida...
Mas papai não era radical. Tinha um lado da minha família que era bem religioso, da Igreja Batista, mais conservador. Eu tinha um tio pastor; as filhas dele, minhas primas, não vestiram biquíni a vida inteira. Também não usavam batom escuro nem alguns cortes de cabelo. Já na minha casa, tudo era muito natural.

E o casamento mexeu de alguma forma no seu jeito, digamos, despachado e exuberante?
O Otaviano é um marido que incentiva a mostrar o que é bonito. Eu já expliquei para ele que tenho dois tipos de biquíni: um é menor, para quando vou à praia com ele; o outro, maior, para quando vou com a Olívia. Ele sempre reclama: "Pô, você veio com o biquíni grande?" E olha que o biquíni grande já é pequeno (risos)! Aí tenho que explicar: "Amor, tô com a Olívia. Então, este é um momento mais criança, mais para brincar". É engraçado porque ao mesmo tempo ele é muito ciumento.

Será que é aquele pensamento masculino do tipo: "Pode olhar, mas quem está com ela sou eu"?
Talvez, porque todo mundo fica olhando, e o Otaviano comenta sobre isso. Aí, eu lembro que foi ele quem pediu para eu me vestir daquele jeito!

Não parece que a vida está muito difícil para os homens? Afinal, como podem saber o que querem as mulheres: um homem legal e compreensivo ou um autoritário e dominador?

Ah, deve mesmo estar sendo muito difícil nos decifrar. Até porque, geralmente, nem nós conseguimos entender o que está se passando (risos). Eu não gosto da figura do "macho dominador". Acho boa a gangorra — um dia ele manda, outro dia mando eu. Curto quando o homem tem a atitude de tentar se impor, embora isso nem sempre cole.

Você já tinha uma carreira como atriz quando decidiu cursar a faculdade de direito. Por quê?
Porque, embora eu trabalhasse desde os 7 anos (ela iniciou a carreira em comerciais), ainda não tinha estabilidade nenhuma. Meus pais sempre me passaram a importância de ter independência financeira. E a verdade é que não dá pra apostar todas as fichas no sonho. Tem que ser realista. Então pensei que, se a carreira artística não desse certo, eu poderia ser advogada. Inclusive, ia atuar com direito autoral, algo ligado ao meu universo. Nos fins de semana, como hobby, montaria minhas peças. Além de direito, cursei comunicação social na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mas era um curso bem xiita. Sofri muito, porque já trabalhava como atriz e todo dia davam uma marretada na TV Globo. Eu sofria bullying!

Você está magra. Qual é seu segredo?
Malhação e dieta saudável. Não tem fórmula mágica. Comecei um treino mais pesado por causa da novela. Quando eu e a Fernanda Paes Leme, colega de elenco, visitamos os militares, pensamos: "Temos que estar sequinhas e saradinhas, não vai dar pra fazer feio". Ainda estava rechonchuda por causa da gravidez da Olívia. Mas eu e a Fernanda pegamos no pé uma da outra e intensificamos a malhação e o controle alimentar. Afinei. Perdi um manequim.

Mas você chega a passar fome para ficar em forma?
Não posso passar fome. Meu humor e a minha alegria estão relacionados ao fato de eu estar bem alimentada. Gosto de comer. Na primeira vez em que fui à churrascaria com o Otaviano, ele ficou assustado. Disse que nunca tinha visto uma mulher dar despesa para a churrascaria (risos). Para ficar magra, preciso malhar.

Seu senso de humor é celebrado em várias reportagens que já saíram. Você é mesmo tão engraçadinha quanto dizem?
(Risos) Sempre fui moleca. Eu preservo o senso de humor porque acho que ele é fundamental na vida. De uma coisa, tenho certeza: estou aqui pra me divertir muito. Os problemas vão surgir, os perrengues, algum equipamento vai pifar, vou ter conta para pagar... Mas nada disso pode ser o fim do mundo, porque essas coisas acontecerão pelo resto de nossos dias. E sou uma mulher abençoada. Meus familiares estão todos vivos e com saúde, tenho duas filhas lindas, um maridão, a carreira que pedi a Deus e que ainda por cima me sustenta. O que mais posso querer? Eu, Flávia, só posso ser uma mulher muito feliz.

FONTE\CLAUDIA

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